Dentro de cada uma de nossas células há uma ampulheta genética. E pesquisas indicam que há uma ligação direta entre telômeros e longevidade saudável.
Cada vez que nossas células se dividem — o que é necessário para nos manter vivos — seus 23 pares de cromossomos permanecem quase idênticos. Exceto por uma mudança intencional: após cada divisão, os cromossomos de uma célula ficam um pouco mais curtos.
Onze anos atrás, um grupo de cientistas ganhou o Prêmio Nobel de medicina por descobrir essas sequências cada vez mais curtas de DNA no final de nossos cromossomos, chamadas telômeros.
Depois que uma célula se divide um certo número de vezes — conhecido como limite de Hayflick — seus telômeros são tão curtos que a célula sabe que é hora de se desligar pacificamente. Quando células suficientes morrem, os órgãos se desgastam e, eventualmente, morremos também.
Nossa ampulheta genética
Essa descoberta deu início a pesquisas ambiciosas que buscam entender o papel dos telômeros. Além disso, passou se estudar a proteína que pode reconstruí-los, chamada telomerase, no envelhecimento.
Talvez, se os cientistas pudessem descobrir como virar nossas ampulhetas biológicas, nossas células poderiam se replicar por mais tempo. Nossos órgãos se cansariam mais lentamente e poderíamos retardar a morte.
Essas descobertas tiveram um grande impacto na comunidade científica. Muitos cientistas especularam que o encurtamento dos telômeros poderia ser a razão do envelhecimento, não apenas nas células individuais, mas também no organismo como um todo.
Mas o processo de envelhecimento revelou-se complexo e agora pensa-se que depende de vários fatores diferentes, sendo o telômero um deles.
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Telômeros e longevidade
Recentemente, cientistas do Centro Nacional de Pesquisa do Câncer da Espanha (CNIO) levaram a pesquisa adiante e tiveram sucesso. Eles aumentaram a expectativa de vida média dos camundongos em 12,74% por meio do uso de reprodução seletiva. Para isso, usaram células-tronco embrionárias especialmente cultivadas que têm telômeros extralongos.
O estudo, publicado na Nature Communications, é significativo porque os pesquisadores mostraram que é possível estender a vida sem o uso de modificação genética.
A pesquisa indica que os telômeros criticamente curtos em humanos e camundongos podem levar ao envelhecimento prematuro e redução da expectativa de vida. E isso limitaria a capacidade das células-tronco de regenerar tecidos.
Pesquisas anteriores já mostraram que prevenir o encurtamento dos telômeros pela ativação da enzima telomerase retarda drasticamente o processo de envelhecimento em camundongos, sem quaisquer efeitos colaterais adversos. No entanto, este novo estudo é o primeiro que não precisou usar nenhuma tecnologia de alteração genética.
Essas descobertas apoiam a ideia de que, quando se trata de determinar a longevidade, os genes não são a única coisa a se considerar. Mostra que há margem para prolongar a vida sem alterar os genes.
A chave para a longevidade saudável
O alongamento dos telômeros em células-tronco embrionárias pode indicar uma maneira prática de desacelerar o processo de envelhecimento em humanos sem modificação genética no futuro.
Esta descoberta dá uma visão valiosa do processo de envelhecimento. No entanto, é improvável que vejamos quaisquer experimentos semelhantes a este em humanos no futuro próximo.
Ou seja, mostra que a ligação entre telômeros e longevidade é mais próxima do que se imagina. Mas, quem sabe, não possamos ver em um futuro mais distante a tão desejada ampliação da nossa expectativa de vida.
Ainda assim, mais que telômeros e longevidade, é preciso também cuidarmos de nosso corpo e adotar um estilo de vida saudável desde já. E o que comemos tem papel direto nesse processo. Por isso, confira o ebook sobre Metais Pesados que preparei. Nele apresento como eles podem afetar diretamente nossa saúde!